Associação voltada à cidadania de LGBT – sobretudo de travestis e transexuais - e ao combate ao preconceito de LGBT, a CAIS (Centro de Apoio e Inclusão Social de Travestis e Transexuais) será inaugurada nesta sexta-feira (6), às 19h, na SP Escola de Teatro, em São Paulo.
Presidida pela militante, cantora e mulher transexual Renata Peron, a Associação tem a missão de contribuir para a construção de uma sociedade que respeita as suas diferenças, promover ações que estimulem a cidadania, além de lutar contra qualquer forma de coerção e violência.
“A Cais tem o objetivo de promover ações para a defesa dos direitos de travestis e transexuais. Vai estimular trabalhos nas áreas de ensino, pesquisa e cultura, promover campanhas de conscientização acerca dos nossos direitos. Uma das ideias que mais está nos estimulando é a realização de cursos, simpósios e outras iniciativas de formação cidadã”, afirma Renata.
Segundo a presidente, que chegou a ser vítima de transfobia em diversos momentos – em um deles, em 2007, foi atacada por nove skinheads e perdeu um rim - demorou cinco anos para que a Associação saísse do papel. “É um sonho que já dura 5 anos. Só quando os integrantes da Associação se conheceram, percebemos que comungamos da mesma ideia, que este sonho poderia torna-se realidade. Com estas pessoas que acreditam numa mudança para nossa população, iniciamos a criação da CAIS”.
A diretoria da CAIS inclui Paloma Pêssego, Flavia Araujo e Alcione. No conselho fiscal estão Janaina Lima e Renan Alves. O lançamento da nova ONG será na SP Escola de Teatro, na Praça Roosevelt nº 210 (próximo a Igreja da Consolação e dos metrôs República ou Anhangabau).
ARTE
A inauguração contará com a mestre de cerimônias Kika Medina e apresentações artísticas da cantora Mariana Mercury e do cantor e militante Luciano Palhano. A arte do evento foi feita pela cartunista Laerte Coutinho.
PROJETOS
Segundo Renata, há vários projetos sendo pensados para a Associação após o lançamento. Dentre eles, o de formar e orientar militantes travestis, mulheres transexuais e homens trans nos conceitos básicos de ciência política, direitos humanos e cidadania.
“O que percebemos é que a ausência de conhecimentos destas pessoas, nestas áreas, impede o avanço na conquista dos direitos. Muitas vezes, não sabemos a quem cobrar a realização de uma demanda, como cobrar, a quem criticar. Já começamos a reunir bons profissionais, professores universitários... Vai ser babado! (risos)”.
Outra iniciativa diz respeito à necessidade de preservar a memória de pessoas travestis e transexuais. “Queremos que fiquem registradas suas histórias de vida, experiências, conflitos, conquistas, alegrias, permitindo que estas pessoas sejam conhecidas e reconhecidas a partir das suas identidades e que suas vidas não sejam esquecidas jamais”.
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